sábado, 20 de novembro de 2010

"Um poema
não se explica
É como um soco
E se for perfeito
te alimenta para
toda a vida "
Hilda Hilst

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As vezes é tudo tão estranho.
O que eu gostaria que fosse perfeito, perde o efeito e se torna frio e cinza como um dia de inverno rigoroso.
É tudo quieto, sem alvoroço, parece até que deixamos de fazer esforço para a situação se tornar agradável, menos insossa.
A distância nos aproxima e a proximidade nos afasta.
Não consigo entender o que se passa
Meu braço procura seu corpo enquanto durmo.
O travesseiro fica grande com apenas uma pessoa.
Ligo o ventilador para ouvir seu barulho, sua respiração, seu ronco quando está cansado.
Seu cheiro recém saído do banho, seu suor caído sobre minha pele.
Seu olhar de satisfação me faz sorrir, suas mãos ao me tocar uma canção de ninar.
Durmo a noite para que chegue novamente o dia de te encontrar.
Acordo todos os dias pensando em dormir para o tempo passar.
A distância separa nosso físico mas a química vai além.
Um sentimento sublime que cresce a cada dia, constrõe-se a base.
Ultimamente tenho me sentido assim, meio perdida em mim e me fazendo vários questionamentos.
Do que será que eu me arrependo?
De me doar demais, viver demais, sentir demais?
Simplesmente não sei mais.
Não sei mais o que sinto, não sei do que gosto, não sei mais o que quero...
Ando perdida em mim, me perguntado a que vim, esperando o fim.
Estou com medo da vida, estou com medo dessa falta de vida que sua ausência está me dando.
Gostaria de ficar num canto, derramar meu pranto sem ninguém por perto.
Não quero mais gostar das pessoas, não quero mais criar laços de afeto.
Quero criar meu mundo, porque lá só terei a mim em quem confiar, sentir por mim, fazer por mim. Se eu me decepcionar é comigo e se eu me decepcionar é a mim.
Gostaria de por fim em tudo que sinto.
Minha cabeça não para, meu coração dispara, é tanta coisa ao mesmo tempo, gostaria de um tempo para me organizar, ou para desorganizar tudo.
Tá tão difícil me encontrar...