Faz tempo
que deixei esse prazer no ato de escrever, então, hoje resolvi retomá-lo ao
refletir sobre a felicidade ou o prazer.
Almejamos
coisas tão grandes como casas, carros e viagens caras. Especialmente se a
viagem for pro exterior. Nossa, pro exterior, uau!
Ando
preferindo viagens pro interior. Pro interior de mim mesma! – Refletindo sobre
as pequenas coisas que proporcionam um prazer imenso.
Eu tenho uma
calopsita que ensinei a assoviar aquele trecho famoso da marcha imperial (música
com a qual, inclusive, em um casamento que fomos padrinhos, o noivo entrou.
Kelly e Rui, foi lindo!) que até quem não assistiu ao star wars em algum
momento ouviu. Ah! Também ensinei a ela o hino do Corinthians. E pasmem – eu
tenho um pássaro corinthiano, assim como eu!
Acho que
comecei a valorizar as pequenas coisas, os pequenos gestos, especialmente desde
o ano passado, quando fui premiada, num dia cinza e muito frio (daqueles que
muitos odeiam e eu adoro), quando uma cachorrinha me encontrou. Ela tinha o
pelo cheio de nó, sujo de dar dó, tremia mais que vara verde, magra, magra, tão
magra que apesar do pelo horroroso sobre seu pequeno corpo, era possível ver
suas costelas. Ela pulou em mim, tremendo e suja. Não hesitei: levei-a pra
casa. O olhar dela era apaixonante.
Desde então,
todos os dias ela nos lambe incessantemente, e sim, eu interpreto isso, bem
como o olhar dela (que é o mais terno e encantador do mundo) como gratidão por
tê-la levado pra casa. Quem já teve contato com ela sabe sobre o que eu estou
dizendo. Quem me conhece sabe que eu amo bichos. Fui criada no sítio e sempre
tive contato com gato, cachorro, peixe, coelho, pássaro, tartarugas e por aí
vai.
O que eu
quero dizer? Não sei! Mas sinto muito prazer e alegria nos momentos mais
tristes quando ela me olha.
Também sinto
prazer quando meu namorado (que eu chamo de meu bem) canta músicas no carro com
tradução para o português e tenta encaixar no tempo da música. E quando passo
um batom nude então, ele tira sarro
de mim perguntando por que não compro manteiga de cacau.
Sempre tive
problema com pontualidade. Ou melhor, com o excesso de pontualidade. E ele,
apesar de me irritar profundamente pela sua lerdeza, consegue me arrancar
sorrisos quando fica pronto antes de mim e começa a fazer as mesmas perguntas
que eu faria se ele estivesse atrasado, e exercer pressão sobre mim.
Nesse
momento, eu já me perdi no texto, pois, vem tanta coisa à minha cabeça, que já
não sei mais o que me motivou a começá-lo. Acho que aprendi isso com meu sogro,
que sempre diz: “Mas, por que eu comecei a falar disso mesmo?”.
Ah! Era
sobre o prazer nas pequenas coisas. Mas essas coisas que citei não são
pequenas, eu acho!
Bom,
voltando da confusão, fico feliz quando meu irmão que é o mais desnaturado do
universo fala “oi” pra mim pelo whats app, ou quando arranco um sorriso de
canto de boca do meu afilhado adolescente, e quando irrito a minha irmã que é a
rainha de irritar todo mundo com sua falta de paciência aguardando que
respondamos às suas 148 perguntas por minuto.
Fico feliz
quando consigo fazer minha mãe sorrir ou se empolgar com algo.
Não almejo
uma felicidade impossível. Descobri que a cada momento posso ser feliz se eu
souber analisar de maneira correta.
Até
assistindo filme de guerra, não é mesmo, meu bem?
Dizemos que
a vida é uma só. Fato, eu acho.
E o que
estamos fazendo desse algo único, composto de momentos únicos e com experiências ímpares?
Ah, meu bem!
Também sinto um prazer imenso quando vamos dormir e eu coloco meu braço sobre
você e parece que não tem nada embaixo, parece que sou simplesmente eu. Sinto
que nossa pele se funde na mais perfeita harmonia.
Eu não sei
terminar textos. E com esse não seria diferente. Eu queria simplesmente
escrever sem fim ou finalidade.