quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

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Hoje fiz um trajeto a pé que não fazia a pelo menos uns 13 anos. O caminho para o colégio! Aproveitei para apreciar a paisagem, e observei várias que coisas que ao passar de carro não via, ou via mas não prestava atenção. Parei para pensar também em tudo o que já aconteceu enquanto eu não corria pela vida. Tamanho foi o saudosismo, que ao chegar ao destino - colégio, que foi onde passei alguns anos, me senti uma adolescente com mochila nas costas. Mas o que preenchia a mochila, diferente de outros tempos, não eram livros, e sim bagagem adquirida pela vida. Me recordo que a primeira vez que entrei nesse colégio, me senti um "estranho no ninho" pois, vinda de cidade pequena, de uma escola que comportava no máximo oito salas de aula, entrar naquele prédio com dois andares, escadas e corredores sem fim, parecia uma imensidão. Uma sensação de medo sem tamanho, o medo do novo. E se passaram os anos, adquiri um trauma devido a uma professora, mas a minha sorte, sorte mesmo, é que a maioria daqueles que me ensinaram, ainda tinham brilho nos olhos, ensinavam com gosto, e foram estes que me serviram de inspiração.
Hoje ao entrar nesse mesmo lugar, ele já não me parece tão grande, e me sinto bem. Tenho ótimas recordações de um tempo que se foi. Algumas coisas mudaram, assim como as casas no trajeto. Umas não existem mais, outras foram reformadas mas ainda há as que permanecem idênticas. Não sei hoje quem as habita, mas lembro que um dia soube o rosto dos moradores de cada uma delas. Eu senti falta de saber das pessoas, de cumprimentá-las, olhar nos olhos. É, eu gosto disso, de olhar nos olhos. Notei algumas mudanças também em mim. Meu cabelo não é mais castanho ou vermelho, já não o uso longo, meu corpo mudou, ganhei alguns quilos, minha pele apresenta sinais do tempo, entre outras coisas. O que me deixou feliz foi perceber que ainda tenho a mesma sensibilidade de outrora. E espero que isso não se vá, nem se perca ou mude.

2 comentários:

  1. Belo texto, Dani, co sabor literário que irradia pérolas como "lembro que um dia soube o rosto dos moradores de cada uma delas". Parabéns!

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